Criatividade e foco

Larissa Luna

Larissa Luna

Uma das maiores agonias da civilização contemporânea, a produtividade tem sido uma busca constante de profissionais de todas as áreas. O desafio de lidar com várias tarefas ao mesmo tempo pode ser ainda mais difícil quando o trabalho envolve processos criativos.  Uma pesquisa da empresa americana Scoro mostra que 89% das pessoas admitem perder tempo no trabalho todos os dias. A maioria delas aproveita cerca de 60% ou menos do tempo disponível em sua jornada de trabalho. De acordo com o estudo, atividades como checar o e-mail, comparecer à reuniões, pesquisar assuntos na internet e a procrastinação estão entre os principais fatores que diminuem a produtividade.

Coisas boas acontecem quando o pensamento inovador começa, ele poderá ajudar a criar novos produtos e tecnologias tornando a empresa mais competitiva. O investimento em criação favorece não somente pesquisas de idéias, através da internet, mas também contribui para que a empresa torne-se mais produtiva.
Nem sempre utilizamos todo o nosso potencial, embora percebemos que há muitas ideias criativas implementadas e apresentando resultados de uma forma geral. Estimular e investir no pensamento criativo e inovador é retorno garantido.

O processo criativo exige mente aberta, receptiva ao novo, equilíbrio entre as emoções, pois nem sempre negócio combina com emoção, seguida da lógica.

Quais então são os processos na mente que promovem novas ideias, quais são as alavancas da criatividade? Qual é o seu significado para a sociedade como um todo e como podemos promover nossa própria criatividade, através da nossa meditação e, mais amplamente, por meio da maneira como usamos nossa mente e nosso estilo de vida?

Criatividade não é apenas criatividade artística. O que nos interessa é a centelha do frescor transformativo, a abertura para novas possibilidades e a capacidade de apreciar o potencial em todos os tipos de situações. Essa abertura precisa de espaço, e aqui nós damos atenção especial aos momentos em que deixamos nossa mente respirar, sem nenhum propósito específico.

E onde entra a meditação? É possível ser criativo sem meditar e a criatividade não é o objetivo principal da meditação. No entanto, uma vez que a prática de meditação nos coloca em contato profundo com nós mesmos e com a nossa vida, ela abre a porta para novos horizontes de realização.

A meditação é um momento em que não fazemos nada. Paramos nossas atividades e nos permitimos apenas ser. Tomamos um momento para nos afastarmos do estilo de vida acelerado que a sociedade nos impõe para ficarmos sozinhos com nossa própria mente. Nós nos acostumamos tanto a ter nosso espaço constantemente preenchido que, quando nos permitimos parar, não fazer nada, e deixamos de nos manter entretidos por um tempo, é possível que inicialmente achemos a ausência de estímulos bastante desconcertante e, sim, entediante!

O tédio é a sensação que sentimos quando a mente é frustrada pela falta de estímulo, seja quando não há nada acontecendo ou quando alguma atividade é monótona, ou uma conversa ou evento são particularmente monótonos.

Essa frustração pode ser sentida intensamente na meditação, particularmente quando meditamos por um longo período; a mente resiste à quietude de repousar no objeto e tenta se afastar, buscando entretenimento. Isso expõe o nosso amor pela distração e abre o caminho para a não-distração. Sentimos uma sensação de alívio quando podemos abrir mão desses impulsos.

É nesse momento que abrimos espaço ao novo. O mais profundo. A criatividade flui. Tudo se torna mais natural e verdadeiro.